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Energia

Electricidade

A história da descoberta do fenómeno da electricidade remonta à antiga civilização grega. O termo electricidade deriva da palavra grega âmbar. Diz-se que Tales de Mileto foi um dos seus pioneiros que, ao experimentar, repetidamente, a fricção do âmbar, descobriu o fenómeno da electricidade evidenciado pelo efeito da atracção dos corpos. Desde então, o engenho sonhador do homem, impulsionado pela curiosidade do fenómeno, não mais parou de procurar os seus efeitos e de aproveitar as suas virtualidades. No entanto, desde a descoberta de Tales de Mileto, passaram muitos séculos para que o fenómeno da electricidade fosse totalmente conhecido e que dele se retirassem as utilidades que iriam revolucionar o desenvolvimento das civilizações contemporâneas.

A partir do século XVI, o estudo do fenómeno da electricidade sofreu um enorme incremento na Europa e nos Estados Unidos da América. Nomes como William Gilbert, Otto von Guerike, Stephen Gray, Charles Dufay, Benjamin Franklin, Joseph Priestley, Luigi Galvani, George Simon, Joseph Henry, James Prescott Joule, Alessandro Volta, Thomas Edison, Nikola Tesla e Charles Proteus Steinmetz ficaram na história da electricidade. O domínio da electricidade, primeiro na forma estática e depois na forma corrente, abriu decisivamente o caminho da revolução industrial iniciado no século XIX.

Na Europa, as primeiras aplicações da electricidade tiveram lugar na Europa do Norte e na Europa Central, precisamente onde começou a revolução industrial. O efeito dinamizador da electricidade, sobretudo pela sua utilização na maquinaria, contribuiu de forma decisiva para o desenvolvimento económico e industrial desses pontos da Europa.

Os primeiros fornecimentos públicos de energia eléctrica começaram pela iluminação pública. Ainda sob os auspícios do liberalismo, os conselhos das cidades contratavam com as empresas privadas o fornecimento de energia eléctrica, que assumiram, simultaneamente, o compromisso do estabelecimento das instalações eléctricas e da sua manutenção.

Na Inglaterra, onde se verificou a experiência mais importante na contratação pública da utilização da energia eléctrica, o primeiro fornecimento público teve lugar em Godalming, uma pequena cidade do Sul, no Outono de 1881. Para o efeito, o conselho da cidade celebrou um contrato com uma empresa privada para a iluminação pública. Esta empresa oferecia o fornecimento de energia eléctrica a quem o desejasse. Poucas pessoas aceitaram esta oferta e, devido a dificuldades económicas, esta empresa, passado pouco tempo, foi obrigada a encerrar a actividade.

Passado algum tempo depois da falhada experiência de fornecimento de energia eléctrica em Godalming, apareceram outras empresas pelas diversas cidades inglesas, nomeadamente em Londres e em Brighton. As primeiras modalidades para o exercício da actividade de distribuição de energia eléctrica ao público assentaram em contratos de concessão, celebrados entre os conselhos das cidades e as empresas privadas fornecedoras.

À semelhança do que aconteceu em Inglaterra, todos os países da Europa, sobretudo a França, Itália e Alemanha, foram tocados pelo desenvolvimento das actividades de produção, distribuição e fornecimento de energia eléctrica, que teve a sua expressão concretizadora no século XX com a plena electrificação dos países, através do desenvolvimento sistemático e interligado das actividades de produção, transporte e distribuição de energia eléctrica. 

Gás Natural 

O gás natural foi descoberto na Pérsia entre 6000 a.C. e 2000 a.C. e, segundo algumas indicações históricas, era usado para manter aceso o “fogo eterno” – símbolo de adoração de uma seita local.
Na China é conhecido desde 900 a.C., mas o conhecimento da primeira utilização do gás natural, segundo um manuscrito chinês, data de 347 a.C. O manuscrito descreve um “ar de fogo” que podia ser usado para iluminação. O historiador chinês Chang Qu menciona ainda a existência de um sistema engenhoso de bambus, selados entre si com betume, construído na província de Sichuan para transportar o gás natural desde o ponto onde, naturalmente, brotava da terra até à cidade.
Na Europa, o gás natural foi descoberto no século XVII, embora não tenha despertado grande interesse. O gás de iluminação pública na Europa, a partir de 1790, era produzido a partir do carvão. Há cerca de 200 anos, Alessandro Volta descobriu o potencial energético do gás natural quando verificou que as bolhas emergentes da água, no lago Maggiore, ardiam com chama azulada.
Em 1821, as ruas de Fredonia, perto de New York, eram iluminadas por gás natural, meramente porque o gás emergia espontaneamente de um buraco no chão, à saída da cidade. O facto de a canalização ser feita em madeira e chumbo constituía um obstáculo importante à generalização da distribuição deste combustível, nomeadamente por questões de segurança. Não havia mecanismos fiáveis para transportar o gás até às casas o que impedia assim o seu uso para aquecimento, cozinha e outros usos, sendo apenas utilizado para iluminação pública. Desde o início do século XX, a electricidade substituiu o gás e tornou-se a principal fonte de iluminação.
Como muitas outras coisas ligadas à indústria dos hidrocarbonetos, que engloba a exploração dos recursos de petróleo bruto e de gás natural, a indústria do gás foi desenvolvida nos Estados Unidos da América. Ao princípio, as companhias de gás tentaram comercializar gasodomésticos (secadores de cabelo, ferros de engomar e outros pequenos aparelhos) mas, em concorrência com as empresas de electricidade, este tipo de aparelhos deixou de ser usado. O primeiro fogão a gás apareceu em 1857: servia para cozinhar e aquecer o ambiente simultaneamente. Foi, finalmente, a descoberta de Robert Bunsen - o célebre bico de Bunsen - em 1885, misturando ar e gás natural, que permitiu usar plenamente as vantagens deste combustível. Os produtores de gás natural rapidamente mudaram a sua atenção para as propriedades térmicas deste combustível, promovendo-o como fonte de energia para aquecimento ambiente, de águas sanitárias e cozinha. Os mercados industriais e da produção térmica de electricidade tiveram pouca expressão até ao fim da Segunda Guerra Mundial. Só após os anos 40 o gás natural passou a ser largamente disponibilizado, pelo desenvolvimento das necessárias infra-estruturas de transporte.
Convém não esquecer que, dada a escassez de gasodutos, a maioria do gás produzido, em associação com o petróleo bruto e, mais raramente, com o carvão, era deitado fora, queimado ou não à boca do poço. Quando eram encontradas bolsas exclusivamente de gás natural, estas não eram exploradas.
A baixa qualidade dos tubos, bem como a das junções atrasou o desenvolvimento das redes de transporte de gás natural. Foi após a Segunda Guerra Mundial que o transporte de gás por gasoduto teve a sua expansão. Foram os avanços resultantes da guerra, na metalurgia, na soldadura e na produção dos tubos que permitiram o rápido desenvolvimento do transporte de gás. Uma vez que as redes de transporte e de distribuição se expandiram, a indústria e as centrais térmicas passaram a ser importantes clientes do gás natural. Obviamente que continua a ser usado para aquecimento de ambiente e outros usos domésticos, mas o sector residencial deixou, hoje, de ser o principal cliente. Após um período de interdição nos anos 70, o gás natural é actualmente muito usado para a produção de energia eléctrica. Para este facto muito contribuiu a tecnologia do ciclo combinado, em que o rendimento térmico é francamente superior ao das centrais convencionais. A actual política de desenvolvimento sustentado também abriu novas perspectivas de aumento do uso do gás natural.

Características do gás natural

Algumas das razões para utilização do gás natural são:
  • Chama fácil e finamente regulável com temperatura constante.
  • Fornecimento directo no local de consumo, sem transtorno para o utilizador.
  • Ausência de necessidade de armazenamento no local de consumo.
  • Fácil uso.
  • Pouco poluente.
Do ponto de vista químico, o gás natural é constituído por uma mistura de gases, onde o metano (CH4) predomina na ordem dos 90%. Fisicamente, é um gás com uma massa volúmica de 0,84 kg/m3 e uma densidade relativamente ao ar de 0,65. Esta característica confere-lhe boa segurança em caso de fuga, por rápido escoamento ascensional. O poder calorífico superior[2] (PCS), consoante as origens, varia entre 9 000 kcal/m3 e 12 000 kcal/m3. Dado o relativo peso do hidrogénio, o poder calorífico inferior[3] é cerca de 10% inferior ao PCS.
Por uma questão de segurança, o gás natural é obrigatoriamente odorizado[4] quando entregue à rede de distribuição ou aos clientes finais ligados directamente à rede de transporte. De entre estes últimos pode haver excepções, devidamente autorizadas, como é o caso da central da Tapada do Outeiro, à qual o gás natural é entregue não odorizado. 

Ambiente

A ERSE, no desempenho das suas funções, dinamiza um conjunto de actividades cujo objectivo visa promover a participação activa das empresas e dos consumidores no grande desafio da sustentabilidade na vertente da promoção da defesa do ambiente.
Entre estas actividades são de destacar:
Os Planos de Promoção do Desempenho Ambiental (PPDA), previstos nos Regulamentos Tarifários dos sectores eléctrico e do gás natural, são instrumentos de regulação destinados a promover a melhoria do desempenho ambiental das empresas reguladas que actuam nestes sectores.
rotulagem de energia eléctrica proporciona ao consumidor informação acerca dos recursos energéticos utilizados na produção da energia eléctrica e os respectivos impactes ambientais e permite a diferenciação entre comercializadores. A ERSE elaborou um documento de princípios e boas práticas no sentido de harmonizar o método de cálculo e o formato da informação prestada aos consumidores.
Acompanhamento dos impactes ambientais e política de ambiente associada aos sectores eléctrico e do gás natural. Neste campo ganha especial relevo o tema das alterações climáticas.

INETI - Departamento de Energias Renováveis

O Departamento de Energias Renováveis do INETI tem como missão o desenvolvimento do conhecimento técnico e científico na área das Energias Renováveis e temas afins, visando dotar o País de saber-como na vanguarda destas áreas, bem como de infraestruturas de apoio ao sector industrial, nomeadamente através dos seus Laboratórios.
Única entidade nacional a cobrir simultaneamente a quase totalidade do panorama das tecnologias de Energias Renováveis, entre as competências e actividades do DER destacam-se as seguintes:
 
AVALIAÇÃO DE RECURSOS E CLIMATOLOGIA
Medição e avaliação de recurso solar, eólico e de ondas, tratamento e modelação estatística de registos, elaboração de Atlas e bases de dados e de potencial solar, eólico e de ondas em Portugal, séries meteorológicas sintéticas, microclimatologia urbana, impactos e adaptações às alterações climáticas no sector energético.
 
SOLAR TÉRMICO
Tecnologias da captação (colectores planos e CPC) e da transferência de energia (tubo de calor), arrefecimento solar, fogões solares, lagos solares, estufas, descontaminação de águas (com UV solar), dessalinização, avaliação técnico-económica de projectos bem como dimensionamento, projecto, monitorização e auditorias de sistemas.
 
SOLAR FOTOVOLTAICO
Demonstração e ensaio de sistemas, dimensionamento e projecto, integração em edifícios, redes híbridas, modelização dos aspectos Técnicos e Socio-Económicos,avaliação técnico-económica de projectos, monitorização de sistemas, auditorias.
 
ENERGIA EÓLICA
Dimensionamento e estimativas de produção de parques eólicos, dimensionamento e micro-posicionamento de parques eólicos, integração da energia eólica na rede eléctrica, avaliação da qualidade da energia, pré-avaliação de incidências ambientais, avaliação técnico-económica de projectos, monitorização de parques, auditorias
 
ENERGIA DAS ONDAS
Controle de sistemas de coluna de água oscilante, localização de centrais, monitorização.
 
BIOMASSA
Biocombustíveis liquidos (etanol, biodiesel), tratamento e valorização de resíduos, utilizações das micro-algas, produção de biogás, modificação e optimização dos digestores das ETARs, avaliação técnico-económica de projectos, monitorização de digestores, auditorias.
 
TÉRMICA DE EDIFÍCIOS
Uso racional de energia em edifícios, aplicações solares passivas, avaliação técnico-económica de projectos, monitorização, auditorias e análises energéticas, verificação da regulamentação térmica.
 
Associado ao DER existe ainda o LECS - Laboratório de Ensaio de Colectores Solares - infraestrutura fundamental de apoio ao sector industrial, para ensaio de sistemas solares, colectores e outros componentes: ensaios de qualificação e determinação de rendimento instantâneo de colectores / comportamento térmico de sistemas.
 
Como Laboratório Acreditado é instrumento fundamental para a certificação de colectores e sistemas solares.

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